Grandes Amores

É, você me pergunta porque choro quando ouço “Resposta ao tempo”, vou te contar.

É que assim como você, eu também tive um grande amor. O maior amor da minha vida e também tive que abandoná-lo.

Como digo em Usufruto, grandes amores não são para serem vividos e sim para gente saber que existem.

E no processo natural das coisas, na mesma proporção que nos entregamos a esse amor e desfrutamos da alegria de saber que se é merecedor de tal sentimento, a dor que vem da impossibilidade de vivê-lo tem a mesma proporção de senti-lo.

Também já tive falta de ar por meu amor estar por perto a ponto de ter a certeza que só respirando o ar que vinha dele é que seria possível viver. Perdi a conta das vezes em que meu estômago revirou em sua própria órbita cada vez que eu sentia meu amor por perto. Tudo ao redor era melhor. E claro, a ansiedade de estar por perto era imensurável.

Assim como já senti seu cheiro a metros de distância sem nem saber da sua presença e quando olhei pra traz, lá estava o meu amor, a 10 metros de distância. E toma borbulhas no estômago…

Eu sempre soube, toda vez que tocava o telefone, quando era a sua voz que eu iria ouvir e a sensação de levitação era a mesma a cada constatação de que minha intuição não havia me enganado.

E ao ouvir aquela voz rouca? Nossa, era um verdadeiro acalanto pros meus ouvidos, bastava ouvir o tom daquela voz rouca falando, podia ser até passa a geléia, que eu me derretia e chegava a um local que nada e nem ninguém poderia me afetar.

Nenhum amor será feito com tamanha entrega, jamais em tempo algum.

Nenhum colchão, sofá, tapete, aviões, carros, paredes de banheiros onde por mais que houvesse enorme burburinho do lado de fora de nós, nossos ouvidos só conseguiam detectar a nós mesmos. O silêncios dos nossos gemidos e respiração. Era como se o mundo parasse para que o bloco do nosso prazer passasse explodindo amor.

Vivíamos tão dentro do que construímos que éramos capazes de sentir todo o efeito de nossos orgasmos apenas no nosso olhar. E como era lindo observar em seus olhos os asteroides desenfreados a buscas de milhares de Universos. Aquelas duas jaboticabas inquietas. Mas quando se aquietavam em meus olhos, era devastadoramente irresistível.

Sentir o cheiro de sua pele era transcendental. Cada centímetro de seu corpo era adorado por mim. Regado, tratado e desfrutado por mim. Nem sei o que dizer de todos os centímetros do meu corpo que te pertencia integralmente.

A cor da sua pele tinha matizes que não consigo na nossa nomenclatura definir. Aquele contraste da pele muito branca com seus macios cabelos negros era a única forma de uma rubro-negra admirar um alvinegro.

Isso sem falar nas gargalhadas que habitualmente erámos acometidos. É, eu e meu amor riamos muito de tudo, nos divertíamos a valer.

Cada frase apaixonada que me era dita, me transportava a um lugar que nunca mais consegui visitar.

Todas as nossas viagens eram uma delícia sem fim.

Nunca fui de dormir em aviões. Fico escrevendo, lendo, assistindo filmes e dificilmente tenho companhia nas madrugadas, mas ficar observando o meu amor dormindo ao meu lado, me tirava de dentro daquelas ferragens e me levava para as nuvens mesmo e eu ficava lá, confortavelmente zelando por seu sono. Olhando aquela carinha de criança feliz e assim atravessávamos oceanos, continentes, meu amor dormindo e eu olhando, de mãos dadas, muito coladas e era maravilhoso.

Aprendi o que é generosidade com esse amor. Aprendi a me abrir de verdade, sem medo da interpretação. Sem mentiras, sem medir as palavras. Nós podíamos dizer tudo e era compreendido perfeitamente. Não tínhamos segredos e mesmo o ciúme era na medida certa e só nos gerava mais companheirismo e certeza de que pertencíamos somente a nós mesmos.

Eu olhava para o lado e sabia perfeitamente que era aquela exata pessoa quem eu queria amar para todo o sempre.

E amarei, para todo o sempre.

Mas grandes amores não são para serem vividos e sim para saber que existem.

E assim, não estamos mais lado a lado, mas esse amor vai ser dono do último pensamento que terei no momento derradeiro, porque foi o que me deu o maior sentido pra minha vida.

Não existiu ninguém que se colocou no nosso caminho. Não nos apaixonamos, não fomos a busca de outras pessoas, não brigamos, mas nosso amor foi tão grande que nos ensinou que se não nos soltássemos, iriamos perder o mais precioso que nossos 5 anos juntos nos deu, a constatação de que fomos dignos de viver um grande amor.

Na verdade, verdade mesmo, até hoje não sei porque esse amor foi embora. Porque permiti que nos deixássemos. Se deu de forma tão, sei lá…

Eu sei que é difícil entender que não se deixa um amor assim, mas se deixa sim e é melhor fazê-lo antes que essas visões sejam opostas ao prazer. Antes que as diferenças sejam maiores que as semelhanças. Antes que nossos caminhos se confundam e nos atrapalhem.

E assim, meu amor me deixou, nos desvencilhamos e fomos apostar em novos amores. Vivemos relações muito importantes, nos abrimos para que o único exercício que nos faz dar sentido a vida se fizesse. Amar é o único sentimento que importa para que possamos cumprir nossa missão aqui.

Lamento que não pude viver o quanto eu gostaria de viver ao lado do maior amor da minha vida – pra sempre-, mas sei que temos outras vidas e que certamente nos encontraremos muito mais. Um sentimento desse tamanho não é apagado numa vida só. E que pra sempre é que nem nuca, tempo pra caral…

E, com a distância e o tempo a gente vai enxergando o grande amor sem a máscara da paixão, que nos cega sem perdão. E vamos vendo nossas desigualdades, aquilo que certamente iria te incomodar se tivéssemos permanecido juntos, algumas diversidades intransponíveis e chegamos a conclusão de que todos os amores, dos menores aos maiores amores de nossas vidas, só servem mesmo para aprendermos, amadurecermos, respeitarmos ao outro e que apesar de tudo que se diga ao contrário, o ser humano é um viajor solitário.

E assim, minha decisão foi sempre amar desenfreadamente, apostar no que encontro de interessante no meu caminho, sem ficar pensando no que foi, no que deveria ser e principalmente me reinventando a cada novo amor.

Ah! Tempo!!!! Você adormece as paixões, eu desperto.

Se roa mesmo de inveja de mim, pode me vigiar o quanto quiser para aprender como eu morro de amor para tentar reviver.

https://youtu.be/1sYSsbW44O8

LINHA DOS NODOS

Prestes a vivenciar a primeira das duas eclipses totais da lua que poderemos desfrutar nesse ano de 2011, me forço a pensar sobre os acontecimentos e enxergo claramente que meu problema é a linha dos nodos.

Esse ponto de intersecção entre mim e você, aqui representados pela lua e o sol, nesse meu divagar.

Lentamente nesse caminho, nesse vaguear de rumos incertos somos interceptados pela terra.

Agora uma inimiga, um bloqueio do que pra nós seria complementar. Sua luz que me invade, sol amado, para que eu possa, sendo lua iluminada, inundar de prata as paixões sem limites. E você sol, saber que sua luz será refletida em estelares brilhos de amor.

E entramos nessa zona de umbra. Eu por perder sua luz e você por perder seu reflexo.

Entre o que ilumina e o que é iluminado, existe a soma. A conjunção.

E o que existe de quem traz a escuridão?

Vislumbre do que perdeu de seu antigo brilho, a sua antiga grandeza ou influência?

É sombra! você entristece o espírito.

Agora, melancólico e frio está tudo a minha volta.

Aflita espero que toda essa massa de obstrução saia da minha linha dos nodos contigo e de novo eu possa sentir cada pedaço quente e iluminante seu, sendo derramado em luz.

Penetrando, sem pedir licença, todos as minhas crateras úmidas e sedentas do seu ardor.

Agora se seu desejo é ter nessa linha dos nodos a Terra obstruindo, just take it.

Pois jamais terei força suficiente para mudar o que não deseja ser mudado.

https://youtu.be/_vBaUcnVyIw

Albert Hammond – If you gotta break another heart

Basta Você Chegar

Sabe meu amor, você tem razão ao dizer que sempre temos que a cada adversidade, nos esforçarmos para nos adaptarmos as nossas diferenças que sempre serão grandes e aplicar mais esforços para fazer dar certo. Acho lindo quando você diz isso. Pra mim já soa como um investimento real.

Não posso dizer que são as nossas que são grandes, posto que qualquer casal tem diferenças imensas, afinal nem digitais chegam perto.

Evidente que para nos interessarmos por alguém, essa pessoa tem que ter alguns pontos em comum, alias, sempre achamos milhares de coisas em comum e isso é justo o que nos leva a investir numa nova relação. E a cada dia que passa essas verossimilhanças ficam cada vez mais fortes e na mesma proporção, são descobertas as diferenças que irão nos incomodar.

Daí surgem os afastamentos e a cada novo distanciamento, as pequenas brigas, desavenças, discussões por banalidades, telefones desligados com raiva, joguinhos de quem vai ligar primeiro, mal humores sentidos na voz, o toque fica cheio de não me toques…

Todas as vezes em que penso em todas as nossas diferenças, elas parecem que tomam uma proporção imensurável, a ponto de me tentar a por um ponto final definitivo. A me oferecer a escolha de um olhar para o lado, de me atrever a tomar novo caminho.

Impressionante como o Universo conspira a favor. Seja a favor de qualquer coisa.

Ou a favor do ficar junto, tanto quanto a favor da separação. E começa um horda de figuras atrás de mim, como de você.

Natural. Que belo exemplares somos, não?! Sempre capazes de despertar paixões por aí.

E quando estou mais do que convencida de que os caminhos enfim separaram-se de vez, tomo susto com sua chegada sem avisar, com passos mansos e inaudíveis. Sorriso sem graça, olhar de criança travessa.

Sou dura, eu sei, mas não tem como não amolecer ao seu olhar, ao seu cheiro quando me abraça e reclama “quer fazer o favor de abraçar também?! Abraço só é bom quando os dois abraçam”.

E essas voltas são devastadoras, pois têm um efeito bombástico nas decisões.

E passo a olhar cada pelo em contramão que seu corpo exibe, cada trejeito de animal no cio que você apresenta descaradamente e assim sendo, todo o feromônio que invade, sem perdão, todo ar que passa a me faltar. Passo a sentir o quanto as paredes ficam estreitas e como passamos a invadir o espaço sideral naqueles vôos e quedas em buracos negros deliciosos.

As bocas secas e geladas, os cabelos e lençóis encharcados, as mãos que apertam, esfregam, batem, soltam e buscam novamente, os joelhos que dobram as pernas que retesam com ventres que amolecem em…

E basta você chegar.

NESSA NOITE DE LUA

São noites como essa sempre me propuseram situações bem indiscretas.

O Rio soprando esse ar quente característico e lá em cima essa lua de arrebentar qualquer peito canceriano.

Arrebentar, como assim arrebentar?

O certo seria irromper. Irromper nos pensamentos, nos desejos. Na imensa cobiça de uivar desesperadamente como uma das personagens de Dias Gomes nas ruas de suas cidades imaginárias.

Cidades que contam com dirigentes libidinosos, românticos incorrigíveis, viúvas fogosas, solteironas desvairadas e também com solitários que tentam loucamente caçar sonhos e amores em suas redes vazadas.

Nem sei por que essas imagens me tomam de assalto nesse momento que a única imagem que vejo é de medo profundo e absoluta perplexidade da fragilidade que me cabe nessa noite que anseia por meus uivos e que a respondo com meus ais.

Medo? Ais? Calma, quem é essa que me assombra?

Qual Lúcia é essa que me invade sem licença e desavergonhadamente me despudora?

Despudor é esse desperdício. Esse não saber irromper.

Romper irracionalmente. Será essa a verdadeira tradução para irromper?

Mergulhar sem perdão e senão, num mar desconhecido e mesmo se sabendo estúpida, ter a coragem de dizer “o faço por amor”.

Pena de quem não irrompe por amor, daquele que não enfrenta o pavor de se saber vulnerável e que não teme o ridículo.

Ah! Meu Pessoa, me ajude repetindo como num mantra que cartas de amor, se há amor, são mesmo ridículas. E responderei prontamente, como minha memória ainda não me traiu

“Mas, afinal,
Só as criaturas que nunca escreveram
Cartas de amor
É que são
Ridículas.”

Como dei conta tardiamente que abortei não só cartas de amor, mas o amor.

Por ter me preenchido de tanto amor, me derramei em não uivos.

E assim sendo, me dei conta da enorme falta que hoje, com essa lua praticamente agressiva, está fazendo os uivos que deixei de uivar e que em mim, agora, se fazem ais.

VOLTA DA FILHA PRÓDIGA?

Para quem não sabe pródigo não é aquele filho distante que volta vitorioso como erroneamente essa expressão é usada.

Ao contrário disso, prodigalizar é gastar, expor a perigos, esbanjar, despender com generosidade.

Despendi com generosidade muitas coisas, gastei cartuchos que não deveria, esbanjei o que não podia, me expus ao perigo de forma inconseqüente, me afastando por tantos anos do que eu tinha de mais precioso, minha fé.

Fé na vida, fé no amor, fé no movimento cármico e principalmente, fé em mim mesma.

Nossa que coisa mais radical.

Na verdade tem um pouco de exagero nisso, mas me aconteceu há 13 anos uma situação insustentável, que me deixei ser abduzida por um sentimento incontrolável. Foi o touro brabo da minha história. O touro Bandido na sua mais fiel tradução.

Baseei minha vida nas paixões. Paixão da sua forma mais ampla.

Fui educada assim “filha, só faça aquilo que lhe dê paixão”. Que lindo ter esse ensinamento na vida. Economiza muito. Acontece que para tudo, deve existir um equilíbrio e se eu tivesse aprendido também que mesmo as paixões devem ser contrapesadas, eu não teria me afastado tanto de toda a crença que eu tinha.

Vou abrir um parêntese importantíssimo. Há muitos anos atrás, conversando com Caetano [1] sobre religião, fé, doutrinamento etc. eu perguntei para ele e você tem fé? Fiz a pergunta, pois sempre considerei Caetano muito cético. E ele me respondeu contando uma historia familiar que eu acabei usando-a quando filmei o Terra Brasil (disso falo em outra ocasião).

Ele me falou, “eu tinha uma tia que era beata. Ela não saía da igreja. Era o dia inteiro lá dentro, fazia novenas, participava das reuniões da igreja, era uma pessoa totalmente dedicada a religião. Um dia conversando com ela falei das minhas dúvidas a respeito da fé e como eu me sentia cético em relação à religiosidade, a espiritualidade, então ela me respondeu: não se preocupe meu filho. Você nasceu num dia de quinta-feira, todo mundo que nasce em dia de quinta-feira, não tem fé nenhuma. Eu também nasci num dia de quinta-feira, por isso vou todos os dias a igreja para pedir a Deus que me de um bocadinho de fé”.

Eu nasci num dia de sexta-feira, vai ver que é por isso que nunca duvidei da minha fé e da minha ligação com o cosmo, Logus, Deus o nome que você queira dar a essa energia maior.

Voltando a minha paixão, ou melhor, ao meu destempero, não posso depositar nesse grande amor, minhas falhas. Não poderia jamais, em nome de um amor, sentimento mais nobre, questionar a minha fé. Não é isso, aí entra o equilíbrio, a sensatez, o discernimento e principalmente o respeito às leis da amizade e da lealdade. Isso tudo se deu porque a paixão foi maior que o juízo.

E daí em diante, coloquei nela todo o meu pensar, meus desejos, minha loucura, meu objetivo de vida. Não, não e não. Tudo errado.

Cadê eu nessa estória? Cadê o tino para o perigo?

Conclusão, me afastei de tudo que para mim era o fiel da balança e ainda feri mortalmente uma pessoa que sempre foi de grande elegância comigo.

Claro que depois de todos esses anos pude encontrar com essa pessoa e dizer, me perdoe. Sei que é impossível esse perdão, mas pelo menos ele sabe o quanto tenho consciência desse imenso erro.

Não estou aqui fazendo uma confissão de culpa, no pior sentido da palavra culpa, não me sinto culpada pelo que senti e o que aconteceu, apenas me sinto culpada de não ter sido sua cúmplice e ter conversado sobre o que estava acontecendo.

Como é bom poder entender que o que lhe acontece, absolutamente tudo, é sempre provocado por você mesmo.

Não é possível que alguém que leu Pequeno Príncipe tão cedo, tenha esquecido da mais importante mensagem desse livro: Você sempre será responsável pelos atos que pratica”.

A ira é a causa da calúnia e a calúnia é o efeito da ira.

A famosa lei da causa e efeito. Tão conhecida por mim e por mim tão esquecida.

Como já falei anteriormente, sou uma estudiosa da teosofia e por isso não escolhi nenhuma religião como caminho a seguir, mas se tem alguma que mais se parece com o que penso, ela é o budismo.

Desde que me entendo por ser pensante que tenho uma enorme simpatia, curiosidade e vontade de me dedicar ao budismo. De alguma forma, já sou uma praticante há tempos, mas agora, devido à reviravolta que vivi nesse final de ano e começo de 2009 (aliás, esse processo começou no verão passado, melhor que isso, vem desde 1995), cheguei enfim aos braços de Buda. Convertida.

Pelas mãos generosas de minha amiga, de quase 30 anos de amizade e tão querida, Betty Faria, a quem, carinhosamente chamo de Moita e que da mesma forma carinhosa, me chama pela alcunha de xerife, eu cheguei ao budismo.

Estou começando uma nova fase de vida, ou mais perfeito que isso, estou retornando de onde nunca deveria ter saído.

NAM MYOHO-RENGUE-KYO

Boa Sorte a todos

Lúcia Veríssimo

29 de janeiro de 2009.

De algum lugar no céu, entre Rio e João Pessoa

 

[1] Caetano Veloso

Carne Canina

É o fim mesmo. Como se não bastasse o absurdo que é, chineses consumirem carne canina, agora os brasileiros serão fornecedores dessa carne para o mercado chinês.

Quer dizer que aprovamos essa cultura ridícula de que qualquer animal que ande de quatro e tenha as costas viradas para o céu deve ser consumido como alimentação?

Acho que muitos terão que tomar cuidado com essa regra, pois podem ser comidos no mal sentido.

Se seremos fornecedores, poderemos facilmente passar a consumidores também.

Mais uma aculturação brasileira. Os brasileiros serão então, influenciados pela cultura chinesa e sair dizimando qualquer tipo que andar de quatro e tiver as costas viradas para o céu. Que perigo, meu Deus.

Será possível que nunca conseguiremos implantar uma lei descente sobre castração de animais de rua e regulamentação para criação de animais em canis?

Que atraso.

No site: http://havitarigamonti.blogspot.com/2009/06/chineses-comerao-carne-canina-do-brasil.html vocês podem acompanhar o processo, que já está na mira do PETA.

“As novas relações comerciais entre o Brasil e a China trouxeram esperança para muitos. Menos para os cães brasileiros. Entre a comitiva de comerciantes que esteve em maio na China ao lado do presidente Luis Inácio Lula da Silva estava o diretor de uma empresa que presta serviços a prefeituras do interior de São Paulo recolhendo animais das ruas. O objetivo de Gustavo Vanassi, proprietário da DogColect, em território chinês era apresentar aos restaurantes do país uma nova alternativa de abastecimento para um de seus pratos mais tradicionais: a carne canina. De acordo com a agência de notícias Associated Press, a presença e os planos de Vanassi vinham sendo mantidos em segredo para não ofuscar nem causar um efeito negativo nos tratados comerciais entre China e Brasil. No entanto, quando o governo chinês autorizou, na semana passada, a importação da carne de cães brasileiros, a informação acabou vazando e chegando ao conhecimento de entidades protetoras de animais, que já estão se organizando para frear as negociações. A comoção pelo destino dos cães, que viriam de abrigos municipais do estado de São Paulo, já chegou à esfera do PETA (People for Ethical Treatment of Animals), organização internacional das mais atuantes nos países do primeiro mundo. – Estamos pasmos. Não imaginávamos que um país tão importante como o Brasil seria capaz de um ato desses. Essa iniciativa abre um perigoso precedente e dá um péssimo exemplo a países de menor porte, que podem começar um verdadeiro processo de chacina, sacrificando milhares de cães. O mundo ocidental não pode lucrar com hábitos alimentares rudimentares de países orientais, que já nos dão preocupações suficientes. – diz a diretora do PETA, Debbie Leahy.Gustavo Vanassi, diretor da DogColect, com sede na cidade de São Caetano do Sul, não foi encontrado para comentar os protestos do PETA. A empresa, no entanto, emitiu uma nota oficial dizendo que vai operar dentro das normas estabelecidas pelo tratado comercial e que os cães destinados ao abate para consumo chinês não serão mortos antes do prazo legal de sacrifício estipulado pelas prefeituras onde presta serviços. Fonte: cocadaboa”

 

LÓGICA X SILOGISMO

“Quando não se pensa no que se diz é quando dizemos o que pensamos”

Jacinto Benavente

 

Falar em lógica e silogismo pode parecer um grande desvio nesse momento em que a proposta é diferente, mas não posso fugir do desafio que me foi passado.

Se for começar minha colocação por silogismo, terei que falar em escolher entre pelo menos duas opções sobre o que não tenho certeza, então terei que falar em premissa, que vai me remeter à ilação, que “pode” me levar a uma conclusão, que também “pode” ser totalmente errada. Isso porque na maior parte das vezes, as premissas são hipotéticas e hipótese é uma suposição, portanto, mais uma vez estarei me decidindo por algo que somente minha mente está criando e não, necessariamente traduz a realidade. Claro que esse pensamento não reflete a idéia do silogismo dialético.

E se for falar sobre lógica, terei que determinar um processo intelectual para chegar a um possível conhecimento verdadeiro. Vou ter que usar de todo o meu entendimento sobre algo que se apresenta e que na verdade eu não sei nada sobre ele, somado a um conhecimento racional. Ou seja, vou ter que “dar nome aos bois” que nunca vi, baseada num conceito de alguma experiência que eu tenha vivido parecida ou não.

Muito confuso.

Acontece que o desafio que me foi proposto foi em cima da questão d’eu ter usado uma foto que tive vontade de usar, num texto que escrevi, intitulado HE UM NÃO QUERER MAIS QUE BEM QUERER.

Apenas isso.

Esse ato transformou esse blog num desfile de conhecimentos e conjeturas sobre o uso da foto e a quem pertencia a mão da ilustração.

Ótimo, pois conseguimos fazer o movimento esperado, pelo menos por mim e ainda tivemos uma boa causa para defender.

Porém, constatei que ficou tudo limitado, o que me faz pensar em quanto nós nos aprisionamos em explanações sobre atos que muitas vezes nem precisam ser explicados, apenas sentidos.

Nas discussões, uma das colocações que mais me impressionou foi: se você está usando no seu blog é porque é sua. Que lógica é essa? Baseada em que conceito essa afirmação se deu? Serei eu então, a limitada?

Mas gostei muito das pesquisas feitas e que mesmo tendo sido feitas, chegaram a conclusões erradas. Ou seja, a maior parte errou e abaixo segue a minha mão quando não está com as unhas grandes e pintadas. Nua e crua, para não se ter mais discussões hipotéticas.

Aproveito para colocar uma música que gosto muito e que fala de uma mão grande e sem fim. Será a minha?