CAPITAL DA PAZ

Tive a honra de ter sido convidada para o II Congresso Brasileiro pela Paz, onde João Pessoa terá a feliz responsabilidade de ser a capital da Paz.

É realmente, uma cidade com possibilidades imensas para abrigar um projeto como esse.

Abaixo está, na integra, o meu discurso feito ontem, no encerramento do evento e aproveito também para colocar o filme que o maravilhoso amigo Washington Olivetto fez para a Paz.

“Como escreveu Hermam Hesse:

A PAZ NÃO É UM ESTADO PRIMITIVO PARADISÍACO, NEM UMA FORMA DE CONVIVÊNCIA REGULADA PELO ACORDO. A PAZ É ALGO QUE NÃO CONHECEMOS, QUE APENAS BUSCAMOS E IMAGINAMOS. A PAZ É UM IDEAL.

E o que é o ideal?

É a síntese de tudo a que aspiramos, de toda a perfeição que concebemos. Aquilo que é objeto da nossa mais alta aspiração intelectual, estética, espiritual, afetiva, ou até mesmo de ordem prática.

Se o que aspiramos é a perfeição, a perfeição está na paz. É a PAZ.

O que mais atualmente vemos, infelizmente, é justo o contrário do que representa a PAZ.

Lutas, violências, perturbações sociais, total falta de tranqüilidade pública, discórdia por todos os lados, desarmonia.

A desestrutura da família como o principal pilar da sociedade. A família que tem como responsabilidade e primeira obrigação, na minha opinião, a formação do caráter de uma pessoa, o modo de ser de um indivíduo, sua índole, sua natureza, seu temperamento. Dar a ele os instrumentos necessários para que possa nortear sua existência na busca de um mundo melhor e mais justo.

E o que temos encontrado são pais jogando filhos pelas janelas, trancando-os em porões e enchendo-os de mais filhos, em relações incestuosas, pais que vendem suas filhas à prostituição, pais que ensinam seus filhos, desde muito cedo, a se erotizarem em vergonhosas “danças da garrafa”.

E esses exemplos vêm atrelados a total falta de educação a qual nós estamos afundados.

Essa semana, foi divulgado o relatório da UNESCO que mostra o nível educacional brasileiro e estamos no “confortabilíssimo” patamar de ser o segundo país da América Latina com maior número de repetências em escolas. Deve ser por essa razão que querem que exista uma lei onde não mais crianças poderão repetir ano, mesmo que suas notas não as aprovem.

Que maravilha de solução, não?

A educação e a cultura são para mim, a única forma de estruturar uma sociedade de forma correta e digna.

Como falar da PAZ sem que possamos formar indivíduos sem essas estruturas garantidas?

Sabemos que a forma mais fácil da criminalidade se fixar é através da favelização. E como terminar com ela sem educação?

Como dar oportunidades para que nossas crianças saiam desse círculo vicioso a que estamos enquadrados, sem uma educação decente?

E é esse, justamente, o ponto principal que devemos nos ater para que possamos ter nosso ideal de um mundo melhor implantado.

Meu avô, pai de meu pai,  é paraibano e isso sempre me deu muito orgulho. É atávico em mim o amor pela Paraíba. Devo trazer na minha lembrança emotiva a ligação com esse Estado, de muitas vidas que me antecederam.

Há mais de 2 anos venho tendo um contato mais próximo com a Paraíba e esse ano comecei a procurar casa aqui. Queria ter também um ponto na Paraíba para poder vir com mais freqüência.

Comecei a falar no Rio, onde nasci e moro, sobre o quanto a Paraíba é especial.

Nesse último dia das mães, decidi trazer a minha mãe, uma carioca nata, para passar o fim de semana comigo aqui. Chegamos muito tarde – pois todo mundo sabe, que as companhias aéreas não facilitam muito a vida de quem vai e vem à Paraíba – e ela não viu nada no dia que chegou. No dia seguinte, coloquei-a num carro e comecei a passear pela orla, primeiro indo em direção ao extremo oriental, justo aqui ao lado. O que ela mais comentava durante todo o trajeto, era: Lúcia minha filha, como é limpa essa cidade, como é tranqüila…

O que mais eu comento sobre João Pessoa é que, como ainda não teve seu potencial turístico totalmente explorado, essa cidade tem a chance real de ser, num futuro bem próximo, o maior exemplo de turismo moderno e bem estruturado, já que a Paraíba pode acertar prestando atenção nos erros cometidos por seus vizinhos como o Ceará e Pernambuco, que estão completamente destruídos.

Prestando atenção no meio ambiente e formando pessoal para um mercado de trabalho com preocupação na NÃO DEVASTAÇÃO, com leis bem plantadas para um desenvolvimento sustentado, com propagandas institucionais dando exemplos de não desperdício da água, reaproveitamento do lixo com reciclagem, não desmatamento, não ao lixo derramado em terrenos baldios e principalmente nos rios e no mar, enfim, diversos exemplos que resultam de uma “bela educação”.

Qual não foi minha surpresa, quando, há 4 semanas, duas amigas minhas daqui, tiveram cada um dos seus estabelecimentos comerciais atacados, no mesmo dia.

Foram dois ataques monstruosos e em um deles, mesmo com os clientes e funcionários obedecendo todas as ordens dadas pelos assaltantes, tiros eram dados como se estivessem brincando de filmar um faroeste.

Traficantes do Rio já descobriram esse oásis que é a Paraíba e aqui estão implantando seu modus operandi. Todos sabem disso, não é nenhuma novidade. Então, aqui fica o alerta de uma carioca que sofre em ver sua cidade completamente a mercê do crime e sem um pingo de PAZ.

O RESPEITO A LEI ASSEGURA A PAZ DE UMA COMUNIDADE.

Mas não quero nesse momento falar do que está errado e sim poder falar que depende apenas de nós fazermos um trabalho para reverter essa situação.

DE CADA UM, INDIVIDUALMENTE, FAZER UM ESFORÇO PARA A IMPLANTAÇÃO DE UM IDEAL DE PAZ.

É pensarmos do micro para o macro. Começando em nossas casas. Ensinando seus filhos, funcionários, parentes, amigos e com isso alcançar o macro.

Quero parabenizar ao Almir Laureano pela iniciativa de promover esse II Congresso Brasileiro pela Paz e dizer que apoio integralmente a escolha de João Pessoa como sendo a capital da PAZ. Exatamente por ser um solo fertilíssimo para implantação de um projeto grandioso como esse.

E aproveito para lembrar também, que a Paraíba foi definitiva na revolução de 1930, com seu apoio a Aliança Liberal e pode ser, quase 80 anos depois, responsável pela revolução pela PAZ.

Vamos todos juntos honrar ainda mais a bandeira paraibana e dizer NEGO A VIOLÊNCIA, NEGO A FALTA DE CULTURA E EDUCAÇÃO, NEGO A FALTA DE PAZ.

Termino essa minha conversa com vocês lembrando o historiador Tito Lívio, que nasceu antes de Cristo e escreveu em seu livro “A História de Roma” que:

CABE A QUEM DÁ, NÃO A QUEM PEDE, DITAR AS CONDIÇÕES DE PAZ.

E aproveito para apresentar um comercial criado pelo gênio da propaganda e meu grande amigo, o brasileiro Washington Olivetto.

O meu muito obrigada a todos e conte sempre comigo Paraíba.”

A PAZ – Washington Olivetto

 

João Pessoa, 01 de dezembro de 2008.

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