“Quem decidir se colocar como juiz da verdade e do Conhecimento é naufragado pela gargalhada dos deuses.” Albert Einstein
Todos os dias continuo me deparando com os juízes da verdade que, em nome de Deus (sempre Deus, coitado, que não pode se defender das atrocidades que são cometidas em seu nome), continuam defendendo, do alto de sua grande insegurança, regras e “tratados” religiosos insistindo na exclusão das minorias e muitas vezes na descoberta de tratamentos médicos para cura do que consideram anomalias.
Anômalos são os que pensam que não rezar na mesma cartilha é um achaque.
Essas posições radicais e tão distantes do amor ao próximo é que são as reais anomalias.
Quero crer que essa nova investida, no cinema como exemplo Milk (de Gus Van Sant), de documentários como Por Que a Bíblia me Disse Assim (GNT), de livros como Salto Mortal (Marion Zimmer Bradley) estejam, novamente, tentando trazer a tona um assunto mais do que antigo e ainda nada resolvido que é o respeito às escolhas de cada um. Alias, assunto recorrente e, pelo menos eu, já tenho conhecimento dessa luta atravessando séculos.
Recebi recentemente um estudo que saiu na Inglaterra onde cientistas, imaginem só, afirmam que o homossexualismo pode ser curado através de tratamento.
Em primeiro lugar, quem disse que opção sexual é doença e precisa de tratamento?
Essa proposta foi feita pelo Dr. Michael King e os terapeutas que se dispuseram a ajudá-lo na tarefa ainda tentaram encontrar razão para justificar sua atitude, usando discursos, opiniões morais e religiosas pessoais sobre o assunto e ainda explicaram que estavam ajudando aqueles que a vida se tornou uma discriminação.
Por que então não ajudar, se juntando a tantos que querem justamente que essa discriminação termine e não fazendo coro as vozes dos “juízes falsos da verdade”?
O mais engraçado é que o próprio Dr. King quando aborda seus pacientes, afirma a eles que não há, absolutamente, nada patológico em sua orientação sexual, mas que quer ajudá-los a deixarem de ser homossexuais para deixarem de sofrer com discriminações.
Ops, essa foi demais para o meu entendimento. Só se for para rir e eu não entendi. Em pleno o século XXI ler um absurdo desses.
E já que estou falando em prisões, me pediram para dar minha opinião sobre zoológicos e acho absolutamente pertinente responder a esse questionamento dentro desse mesmo artigo, afinal, continuarei falando de caça e apreensão.
Zoológicos são espaços que me dão muita tristeza. Não gosto de animais presos. Isso me dá uma enorme agonia. No estatuto da minha Fazenda, que cada empregado recebe ao ser contratado, consta a proibição de animais presos, incluindo pássaros em gaiolas. O ser humano é mesmo muito louco. Se prende dentro dos seus medos e regras e acha que todos devem sofrer os mesmos infortúnios. Pegar um passarinho, um ser que pode voar (maior símbolo de liberdade que o homem inveja) e colocar num cubículo. Isso é de uma crueldade sem precedentes.
Não sou uma expert em zoológicos, mas tive a sorte de ter feito viagens pela África e pude vê-los soltos em seu ambiente, correndo pela selva, caçando e até copulando (caso de um casal de leões, que foi uma experiência bastante interessante para mim, poder assistir).
Mas pensem também na enorme quantidade de pessoas que nunca terão essa mesma sorte e que nem por isso não tenham o direto de ver esses animais de perto?
Mesmo porque, se as coisas continuarem como estão, em breve teremos que colocar até vaca em zoológico.
Acho mesmo que deveriam pensar na construção de grandes reservas estaduais, para que os animais pudessem ser observados como são na África. Soltos. E visitas seriam feitas em pequenos veículos próprios dessas reservas.
Existem milhares de fazendas que tem imensas áreas não produtivas que poderiam muito bem servir à população, sendo adaptadas como reservas de animais.
Aqui no Rio o zoológico fica na Quinta da Boavista, ele não poderia ser numa reserva na baixada Fluminense, por exemplo? Ficaria perto e ali também está situada parte de uma reserva ambiental, o Parque do Tinguá. O passeio poderia ser completo. Visitar animais e meio ambiente.
Há anos não visito zoológicos, no Brasil. Levei meu amigo Anderson Müller, que me fez uma visita em Washington, quando eu estava por lá, ao zôo. O de lá é maravilhoso. Fica no coração da cidade, é imenso e as jaulas são infinitamente maiores, sendo que não tem grades. São grandes espaços resguardados por fossos e mesmo assim não me sinto a vontade.
Nunca fui ao Simba Safari (SP) e nem sei se ainda existe, mas dos zôos de sistema de confinamento que conheci no Brasil, o menos pior que visitei foi o zôo de Brasília. E olha que a última vez que fui visitá-lo foi em 1984. Não sei o que lhe aconteceu depois de tantos anos.
Também sei muito pouco a respeito dos outros zôos no Brasil. Mas acho mesmo que a melhor forma, para os animais, seriam grandes reservas estaduais.
É muito mais bonito vê-los reagindo conforme seus instintos em ambiente “natural”.
Assim como seria muito lindo os seres humanos, livres, agindo conforme seus instintos naturais, sem serem discriminados por isso.